Projetos CONECTA Escola 2015
Veja alguns curta metrangens inspirados nos clássicos da literatura brasileira:
Imagens que retratam o processo produtivo dos alunos






Histórico do desenvolvimento do Projeto Conecta Escola - em 2015
Para que ocorra a organização do espaço interativo, é necessária a sistematização da aprendizagem de forma curricular. Assim, qualquer que seja a linha pedagógica, professores e alunos devem trabalhar os conteúdos como papel central, uma vez que, por meio deles, os propósitos da escola são operacionalizados.
Dentre as disciplinas adotadas no ensino médio, a Literatura exerce papel singular na formação do aluno. O ensino de Literatura visa, sobretudo, ao aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico (COSSON, 2014, p.113). Dessa maneira seria interessante que as escolas integrassem o estudo de Literatura as demais disciplinas escolares para que a mesma cumpra seu papel interdisciplinar, de fio condutor de reflexão entre as diversas áreas do conhecimento dentro de um processo dinâmico e aberto.
Pacheco (2004, p. 213) também afirma que “trabalhar a literatura na escola, mais do que transmitir conteúdos, usar um texto como pretexto ou para descansar das atividades sérias, é explorar inúmeras possibilidades de compreender a realidade e de produzir conhecimento através da arte da linguagem, dialógica por natureza”. Como podemos perceber, a literatura se mostra indispensável no contexto educacional, o que não impede, porém, de questionarmos a forma com que a mesma vem sendo abordada em sala de aula.
Portanto, para que esse objetivo seja atingido, há, atualmente, a exigência da adoção de novas abordagens metodológicas; nesse sentido, o uso de recursos lúdicos, tecnológicos e midiáticos em sala de aula surge como um subsídio ao desenvolvimento do trabalho docente, tornando, assim, as aulas mais interativas. Para que haja uma intervenção relevante, é preciso que o professor entenda seu papel como sujeito mediador na construção do conhecimento discente e assuma uma postura reflexiva, compreendendo que, as disciplinas demandam uma seleção que permita uma formação mais significativa possível para os alunos.
Trabalhar com recursos audiovisuais nas diversas áreas do conhecimento tornou-se uma imposição dos tempos atuais. As possibilidades de uso do cinema na escola são inúmeras, já que ocorrem muitas conexões com Literatura, História, Artes e Temas Transversais. Não é novidade que podemos falar das possibilidades de uso de filmes em qualquer contexto educacional, mas apresentar um filme como forma de ilustrar um conteúdo de forma tradicional pode se mostrar tão ineficaz quanto à adoção de alguns livros didáticos. Essa é uma questão urgente que exige criatividade, ousadia, experimentação, como todas as ações em educação, um trabalho de troca e reflexão entre educadores promove a ampliação das possibilidades didáticas de uso das obras.
A partir dessas indagações, buscou-se alternativa de trabalho com a Literatura no Ensino Médio, etapa em que se observa certo distanciamento entre a leitura de obras literárias, e os adolescentes, na tentativa de transformar o ideal em real. E é essa alternativa que é descrita e fundamentada neste projeto, no qual se expõem diretrizes teóricas que orientarão o projeto em questão, além da descrição dos procedimentos de aprendizagem, avaliação e dos resultados esperados. O projeto foi desenvolvido com as turmas do 2º e 3° ano do ensino médio, com uma média de 200 alunos. As turmas apresentam na grande maioria alunos assíduos, responsáveis na realização das atividades propostas pelos professores, na entrega dos trabalhos, são participativos, criativos e interessados. Embora ainda nota-se um grupo de alunos que se destacam nas conversas paralelas durante as aulas, prejudicando o bom andamento da aula.
Quanto à aprendizagem observa-se uma dificuldade parcial entre os alunos, sendo pontual na interpretação e produção textual, resultante da falta de leitura cotidianamente. Este problema se agrava a cada dia que passa e está, sem dúvida, intimamente ligada as transformações ocorridas no âmbito social, visto que a sociedade capitalista pós-moderna exige retornos imediatos, e como bem nos lembra Perrone-Moisés (2003, p.178): “Leitura exige tempo, atenção, concentração, luxos ou esforços que não condizem com a vida cotidiana atual”. Somado a isso, poderíamos dizer que o nível de leitura por parte dos brasileiros continua sendo muito baixo e fatores como “a elevada taxa de analfabetismo, o reduzido poder aquisitivo, a ausência de uma política cultural contínua e eficiente, a influência cada vez maior dos meios audiovisuais de comunicação de massa” (ZILBERMAN, 1988, p.9), contribuíram e continuam contribuindo até hoje para agravar, a cada dia que passa essa situação
De um modo geral, este é o perfil que se enquadra nas turmas analisadas. Perante esta situação é preciso criar outras possibilidades de ensino com conteúdos e métodos mais elaborados para dar respostas às dificuldades apresentadas, preparando-se para adaptar às necessidades dos alunos; nesse sentido buscaram-se novas alternativas de trabalho que envolveram a disciplina de literatura e o uso das tecnologias disponíveis na escola, estimulando os alunos o hábito da leitura e escrita, a criação e a fruição das artes, aliados ao âmbito tecnológico. Tendo em vista o contexto apresentado, houve a análise dos gráficos de rendimento do primeiro bimestre disponibilizados pelo sistema SGDE (Sistema Gestão de Dados Escolares), a partir desses dados houve o planejamento e elaboração do projeto. Utilizaram-se livros paradidáticos (obras literárias), sala de tecnologia, projetor multimídia, som, máquina fotográfica, filmadora, celular, microfones e impressora.
O objetivo geral foi desenvolver estratégias de leitura como ferramentas de ensino, buscando desenvolver ações que valorizem e melhorem o desempenho na aprendizagem, por meio do uso das tecnologias da informação e da comunicação (curtas-metragens). Os objetivos específicos foram estimular nos alunos o gosto e o desejo pela leitura; conhecer e relacionar a vida e obras do autor escolhido; realizar análises de obras do autor em questão, fazendo análises da linguagem; reconhecer a língua e suas variantes como forma de expressão e identidade dos grupos sociais e da época em foco; conhecer o pano de fundo social e político do Brasil através das obras estudadas e sua consequência na expressão literária; proporcionar um espaço no qual a criação e a imaginação perpassem pela leitura e pelo texto a ser produzido (sinopse do curta-metragem); apropriar-se da técnica de elaboração de roteiros simples para cinema; desenvolver as sinopses produzidas, adaptando-as para roteiros, resultando em novos textos, atualizando e contextualizando a linguagem; ampliar horizontes e diversificar conhecimentos, através da leitura de diferentes gêneros discursivos; sensibilizar e estimular o aluno para a arte literária e dramática e estabelecer relações estéticas e de mútua compreensão conceitual entre a Literatura e outras formas de arte.
Para promover a interação entre os alunos, cada sala foi dividida em dois grupos de trabalho e dois líderes para mediar o desenvolvimento do projeto e melhor comunicação com a professora. Posteriormente, cada grupo escolheu uma obra dentro de cada escola literária trabalhada conforme referencial curricular; para o 2º ano Romantismo e para o 3º ano Modernismo. O projeto abordou as seguintes etapas:
1. Curta Metragem: Na sala de tecnologia, utilizando apresentação em Power Point, a professora explicou aos alunos o que é um curta-metragem, com auxílio de vídeos, mostrou exemplos do que será produzido por eles.
2. Conhecendo o autor: Sob a orientação da professora, os alunos tomaram conhecimento da vida e obra do autor escolhido, através de leituras, pesquisas na sala de tecnologia e análise do gênero textual.
3. Seminários sobre a vida e as obras do autor escolhido: A partir da bagagem de leituras e conhecimentos, realizaram-se, na sala de tecnologia, seminários para trocas de informações e impressões acerca da vida e obra do autor.
4. Escolha da obra: Foram sugeridas leituras variadas do autor, disponíveis na escola. A leitura foi individual, com posteriores debates e contextualizações linguísticas e culturais.
5. Roteirização: A partir do estudo das características do gênero roteiro de cinema (curta-metragem), os alunos apropriaram-se da técnica, tendo como fonte de informação e estudo sites e roteiros visualizados no canal do Youtube. Em grupos, alunos escreveram a sinopse dessa adaptação, descreveram as características principais de cada uma das personagens e, posteriormente, transformaram essa história em um roteiro para curta-metragem.
6. Seleção dos roteiros: Os roteiros, então, foram entregues para avaliação dos elementos de coesão e coerência pertinentes a esse gênero textual, fazendo, na devolução, a correção e a reescrita, se necessário pela professora.
7. Pré-produção: Escolhido o roteiro a ser filmado pela turma, essa foi dividida em equipes de trabalho, respeitando o interesse e as habilidades de cada aluno: direção, cenário, elenco, figurino, maquiagem, trilha sonora, efeitos especiais, patrocínio e apoio. Cada equipe teve um aluno líder, responsável pelo andamento dos trabalhos do seu grupo.
8. Reuniões semanais: as reuniões das equipes foram realizadas durante as aulas de Literatura, os ensaios foram de responsabilidade dos alunos, fora do horário de aula. Houve também reuniões e utilização da sala de tecnologia por turmas com a Professora Gerenciadora de Tecnologias e Recursos Midiáticos (PROGETEC), para esclarecimentos e sugestões sobre esse assunto.
9. Pré-estreia: projeção apenas para os professores e PROGETEC envolvidos no projeto para ajustes, se necessário.
10. Estreia: projeção para a comunidade escolar e corpo de jurados.
11. Premiação: entrega dos prêmios em cada uma das seguintes categorias: Melhor atriz, Melhor ator, Melhor cenário, Melhor figurino, Melhor trilha sonora, Melhor roteiro adaptado, Melhor direção, Melhor filme, Melhor efeitos especiais.
Ao longo do projeto, as respostas dadas pelos alunos foram positivas, percebeu-se a efetiva participação e empenho de cada grupo, observando também o grande grau de competitividade entre os grupos, notou-se grande empolgação e expectativa em torno da premiação. No entanto, um dos entraves encontrados foi à dificuldade que os alunos tiveram em transformar uma obra literária em um simplificado roteiro, outra dificuldade encontrada foi a questão do trabalho em equipe entre os grupos. Essas dificuldades foram sanadas com a prorrogação da data de culminância.
Os momentos mais significativos encontrados no projeto foram à utilização e as descobertas que os recursos tecnológicos podem promover ao longo de uma montagem de um curta-metragem, destaca-se ainda o interesse dos alunos em busca de parcerias para somar ao trabalho, como o auxílio de profissionais na montagem e filmagem do curta-metragem.
O projeto estimulou nos alunos habilidades para realização do trabalho em grupo, o desenvolvimento da linguagem oral e escrita, exploração das habilidades de interpretação, da encenação e imagem. Lidar e interagir com as regras juntamente com os demais colegas em grupo, levantar hipóteses, resolver situações-problemas, criar estratégias e formas de aplicá-las, pois assim o aluno adquiriu novos conceitos, conhecimentos e uma melhor forma de desenvolver a leitura e a imagem, com auxílio dos recursos tecnológicos e midiáticos.
Portanto, com esse olhar, o aluno desenvolveu competência linguística para ouvir, ler e expressar-se, nas variadas formas e/ou registros de linguagens, pertinentes e adequados às diferentes situações comunicativas. Afinal, a aprendizagem, por competência, privilegia a noção de que o desenvolvimento cognitivo decorre de um processo dinâmico, mediado pela interação do sujeito com o mundo, ou seja, com as exigências contemporâneas. Pensando em toda essa trajetória, os alunos foram avaliados pela organização dos seminários, organização do roteiro, montagem e criação dos curtas-metragens. Como garantia da aprendizagem e avaliação da prática docente foram analisados os seguintes gráficos de rendimento, do 1º bimestre, antes da execução do projeto e do 4º bimestre, após a execução do projeto.
Referências bibliográficas:
COSSON, R. (2014) Letramento literário: teoria e prática. São Paulo: Contexto, 2a. ed.
PACHECO, Patrícia da Silva – A linguagem literária: sua especificidade e seu papel. in: Democratizando a leitura: pesquisas e práticas/Aparecida Paiva... [et al.] (org.). Belo Horizonte: Autêntica, 2008.
PERRONE-MOISES, Leyla. A Modernidade em Ruínas. Altas Literaturas: escolha e valor na obra crítica de escritores modernos. São Paulo: Companhia de Letras, 1998.
ZILBERMAN, Regina. A leitura e o Ensino da Literatura. São Paulo: Contexto, 1988.
E.E PROF. SILVIO OLIVEIRA DOS SANTOS

Turmas 2º A/B, 3º A (E.M.)
Período Matutino
Professores responsáveis
Gabriella Menezes
Demais professores colaboradores
Projeto Curta Escola - Matutino
Turmas 9º Ano A/B (E.F.)
Período Vespertino
Professores responsáveis
Joel Ferreira
Demais professores colaboradores

Projeto Curta Escola - Vespertino
Turmas 2º C, 3º B (E.M.)
Período Noturno
Professores responsáveis
Fabiana Ferreira
Demais professores colaboradores

Projeto Curta Escola - Noturno